Quando escuto minhas playlist com músicas antigas lembro de todos os planos que imaginei para mim quando tivesse a idade que tenho hoje, e dou muita risada. Ninguém nunca ensinou a gente ser adulto, mas de um dia para o outro você acorda e é adulto. É um processo muito louco, doloroso e solitário na maioria das vezes.

Queria que na escola ensinassem sobre imposto de renda, de como o mercado de trabalho pode ser difícil e não se sentir péssimo quando não passar em uma entrevista. Que as contas não se paga sozinha, que um dia a conta do cartão de crédito chega, que não é só a formação da faculdade que te salva, que você não precisa se sentir fracassado ao vinte e poucos anos ou em qualquer idade, e acho que o maior de todos: ninguém sabe o que está fazendo.

Parece que quando chega a nossa vez tudo se torna difícil, aluguel uma loucura, preço do dólar lá em cima, crise econômica e tudo um caos. Olhar para pessoas da sua volta e parece que só você está fazendo errado, enfim o jovem adulto nascido nos anos 90’s. Cobrança atrás de cobrança.

Agora com vinte três anos estou conseguindo ter uma pequena estabilidade emocional, mas estou longe de conquistar os planos que imaginava que iria ter concluído com 15 anos. São pequenos passos, sabe? Aquele conselho clichê um dia de cada vez, reconhecer as pequenas vitórias da vida.

Não, eu não sou formada em jornalismo como imaginava que iria estar, mas trabalho em um lugar que me aproxima disso, não estou com a minha casa própria, mas consigo ajudar meu pais em casa, talvez eu não esteja perdendo tanto assim. Não quero glamorizar o caos, mas um insite que tive é que temos que ensinar e mostrar aos jovens e crianças próximas que não temos o controle de tudo e está tudo bem não estar realizado aos vintes poucos anos, ou que você pode conquistar um império assim que sair do ensino médio. A vida é um mistério e não existe uma fórmula mágica 100% que vai te fazer chegar lá, entende?

É viver e entender que na maioria do tempo estaremos perdidos tentando encontrar o caminho para chegar lá, e basta nós tentando enxergarmos os pequenos momentos de felicidade.

Fabs.